Pedro Nuno Santos, o “líder do PS mais à esquerda de sempre", congratulou-se hoje com a vitória de Keir Starmer, atul líder trabalhista cujo maior legado político é ter inventado uma campanha infundada para expulsar Corbyn (um verdadeiro socialista) do Partido Trabalhista sob o papão do anti-semitismo, ser cúmplice do genocídio sionista e ter um programa económico de direita.
Keir Starmer montou uma campanha interna de linchamento de caráter a Jeremy Corbyn, um dos mais consequentes membros da esquerda do Labour, sustentado em teses de anti-semistismo infundadas, apens instrumentais para retirar Corbyn da liderança (aqui). Perseguiu internamente todos os aliados de Corbyn, conduzindo uma purga infame de quadros dedicados do Partido Trabalhista (aqui). Recebe dinheiro de grupos próximos do governo israelita (aqui), deixou claro que reconhecer a Palestina não é uma prioridade e tem um discurso hostil em relação aos manifestantes contra a guerra em Gaza (aqui) . Recebe dinheiro de grandes empresas e retirou normas pró-trabalho do seu manifesto para lhes agradar (aqui). Wes Streeting, o futuro ministro da saúde que quase perdeu o seu lugar no parlamento para uma candidata independente pró-Palestina (aqui), insiste que o Labour não pode ser “nostálgico” em relação ao SNS britânico, diz que o financiamento não é o principal problema - depois do subfinanciamento crónico do sistema durante mais de uma década - e abre portas à parceira com o setor privado, naquilo que seria o desmantelar do sistema, ainda que conservando nominalmente a sua existência (aqui).
And so on, and so on.
Starmer, como Blair, é um parasita da classe dominante dentro de um partido da classe trabalhadora, para garantir que pode existir alternância mas nunca alternativa. Que Pedro Nuno Santos decida omitir isto, por convicção ou estratégia, é só mais uma página negra do centro-esquerda português.
Da noite de ontem, fica apenas uma alegria para a esquerda: Corbyn conseguiu ser eleito como independente pelo círculo que representa desde a década de 80. Contra o candidato do Labour apontado por Starmer. Há um povo que é constante e não cede a manobras. É para esse que trabalhamos.